Por Elaine Asato e Priscila Muniz
As pessoas passam grande parte de suas vidas trabalhando e cada vez mais, sentem a necessidade de se manterem em um trabalho que tenha conexão com as suas expectativas, valores e propósito de vida.
As empresas que reconhecem a importância de terem com elas pessoas conectadas com a sua missão, investem em decodificar o seu DNA e modelar a sua cultura, trazendo mais clareza sobre o jeito de ser da companhia.
O impacto da falta de conexão
O grande risco que se corre quando não há um alinhamento entre esse jeito de ser da empresa e dos colaboradores, é uma relação de frustração, baixo nível de desempenho e comprometimento e muito desgaste até uma das partes decidirem que não faz sentido manterem o vínculo de trabalho.
Quando isso acontece, os ex colaboradores iniciam uma jornada em busca de recolocação no mercado de trabalho, enquanto as empresas começam a busca por um novo colaborador para preencher a vaga, com a esperança de que dessa vez terão mais êxito.
As perdas para as empresas resultam em custos de rescisões, instabilidade nas equipes, perda da capacidade de geração de novos negócios a curto prazo, e a perda do conhecimento, que muitas vezes vai embora com a pessoa que saiu.
Construindo a base para uma conexão sustentável
Sabemos que a tarefa de formatar a cultura da empresa de maneira consistente, que reflita de fato o real interesse do negócio, pode ser um tanto complexa aos empreendedores.
Por isso, reunimos aqui cinco reflexões importantes para ajudar você a percorrer esse caminho e aumentar a força da cultura de sua empresa, de forma que realmente transpire a essência do negócio.
1. Se seu negócio tem uma cultura já formatada, com princípios bem definidos, reflita se ela está sendo vivida começando por você.
“Faça o que eu digo, mas não o que eu faço” é uma frase que descredibiliza qualquer gestor. Como líder de uma organização, você é guardião dos valores e da cultura e precisa ser a primeira pessoa a respirar o propósito da empresa.
Se tomar decisões de acordo com a cultura e a execução de seus projetos tem sido um obstáculo para o dia a dia e crescimento do negócio, isso é um sinal de que a cultura não está bem formada e precisa de reajustes.
Verifique os pontos frágeis e crie diálogos com as pessoas de sua organização sobre o tema. Tome nota das percepções e tome decisões para criar as conexões da cultura e rotinas de trabalho.
2. Veja se faz sentido mudar algo para que ela se torne mais consistente.
Muitas empresas nasceram com um propósito definido, porém esse propósito foi evoluindo, se moldando e até mesmo recalculando a rota.
Esse processo na maioria das vezes é natural, então, se este for o caso de sua empresa, pode ser necessário um realinhamento para que a cultura reflita de fato a intenção da empresa e se torne mais consistente.
Faça uma linha do tempo da empresa, desde sua fundação, sinalizando suas maiores conquistas, aprendizados e momentos de virada do negócio.
3. Ouça seus colaboradores e certifique-se de que todos conhecem e sabem o significado na prática.
Quando os líderes de um negócio tem a convicção que a cultura da empresa está conectada com o propósito, o próximo passo é fazer com que os colaboradores tenham a mesma percepção.
A partir do momento em que a equipe de trabalho está conectada com a cultura organizacional, o clima consequentemente torna-se mais agradável e o ambiente mais produtivo.
Em contrapartida, empresas com colaboradores desconectados do propósito, acabam tendo um alto índice de desmotivação, o que impacta negativamente na carreira das pessoas, na performance e no resultado do negócio.
4. Institucionalize processos que garantam a atração e valorização das pessoas com aderência a cultura do negócio.
Durante toda a jornada do colaborador é importante o alinhamento com a cultura. Isso significa que os processos institucionais, desde a atração dos candidatos até a forma de execução dos projetos no dia a dia precisam caminhar lado a lado.
Em processos de seleção de pessoas, proporcione aos candidatos desde o momento da primeira entrevista a experiência de vivenciar os valores por meio do tom e discurso dos recrutadores. Avalie e, se necessário, reestruture o processo de integração para que a jornada seja aderente ao ambiente desde o começo.
Ofereça treinamentos com práticas que reforcem e traduzam em ações a cultura da empresa em todos os processos.
5. Mantenha essa cultura viva, alimentando-a todos os dias.
Um processo ou decisão, independente do nível de hierarquia que seja tomada, que fira algum valor da empresa, desmoraliza não só a área executante como vai contra a própria cultura em si. O incentivo ao desdobramento de um modelo de governança baseado em processos alinhados com a missão da empresa, juntamente com a atribuição de pessoas que tenham crenças e valores em concordância com os do negócio são as chaves para sustentar a cultura organizacional.
Promova ações de valorização da cultura, proporcionando que todas as partes envolvidas vivenciem o modelo profundamente, nas mais variadas experiências.
Seja em reuniões de rotina ou nos eventos comemorativos, reserve um espaço para troca de boas práticas relacionadas aos valores do negócio. Reconheça os funcionários com comportamentos que os reflitam e faça feedbacks assertivos com os que não demonstram esses comportamentos.
Boas iniciativas aliadas a Melhoria contínua
Todos os dias temos a incrível oportunidade de aprender, crescer e desenvolver.
Inicie essa jornada com recursos internos ou com o apoio de profissionais que podem trazer uma visão imparcial e processos estruturados, tornando as reflexões mais objetivas e clareza ao processo.
O desafio de conectar os propósitos com uma cultura sustentável pode ser grande, mas muito valioso!